Faltam.....

A invasão do site do PT e a nova era da comunicação

Numa época de tantas novidades, em que a interação das pessoas tem se dado em grande parte pela Internet, o jogo político também tende ser cada vez mais “virtualizado”. Frequentemente tenho falado - em debates, entrevistas e conversas – sobre os benefícios desta nova era da comunicação, porém toda mudança vem acompanhada de demandas altamente necessárias.

Com a recente invasão do site do PT Nacional, em meio ao boom de ações do Partido nas redes sociais on-line, uma coisa me chamou a atenção: a banalização das relações sociais e políticas na Internet. É o mesmo que alguém chegar e colocar fogo em um comitê, sede de Partido, carros e demais estruturas políticas físicas.

O compromisso do PT e de todos os militantes deve ser o contrário desta política suja que alguns vêem desempenhando na Internet. Em nossa “guerra” virtual não há ataques aos nossos adversários e sim a desmistificação de mentiras e ações desenvolvidas por eles.

A Internet deve ser um local de paz, liberdade, encontros e troca de informações. Estimulamos nossos militantes a se comportarem na WEB 2.0 como nos comportamos em nossa casa, nosso trabalhos etc, ou seja, com educação e politização.
Não vamos nesta campanha apoiar ou incentivar ações de violência virtual (spam, ataques a sites, divulgação de mentiras, manipulação de imagens). vamos fazer uma campanha limpa, com base na civilidade e companheirismo, marcas de nosso Partido desde a sua fundação. Este ano vai ser a campanha do “nós” contra “eles”. Nós que mudamos história do Brasil e eles que massacraram e destruíram as nossas esperanças por mais de 500 anos.
A melhor forma de atuarmos na Internet é esclarecendo nosso círculo social de nossas bandeiras, realizações projetos e ações. Tenho certeza de que qualquer brasileiro que absorva o mínimo do nosso projeto estará entre nossos apoiadores e eleitores.

Novidades como o Orkut, Twitter SMS e Blogs servem apenas como ferramentas para, de forma eficaz, nos relacionarmos com nossos possíveis eleitores. Mas o grande êxito nesta ação será a politização através dos dados, fatos e argumentos que nós, enquanto militantes, absorvemos em nossa trajetória e formação política.

O PT é uma das maiores e mais organizadas redes sociais do mundo e vamos, através de ferramentas disponíveis na Internet, melhorar nossa interação e mobilização para vencermos mais esta importante batalha democrática e civilizada, pois o que está em jogo é o futuro do nosso país.

André Vargas é deputado federal pelo PT do Paraná e secretário Nacional de Comunicação do PT.
Atenção! Estão querendo CALAR a BLOGOSFERA. Denuncie! O MPE de S. Paulo quer dar o pontapé inicial para CONTROLAR a BLOGOSFERA! NÃO PASSARÃO

E LULA engoliu a oposição...

A política brasileira produziu um fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua administração, que gozam de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, engoliram a oposição. E não o fizeram com métodos antidemocráticos, mas sim apropriando-se de suas bandeiras. Já se sabia que Lula é um gênio político, que soube vencer as reticências no núcleo do seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores. De fato, dispõe-se a eleger uma mulher, a ministra Dilma Rousseff, como sua sucessora na candidatura à Presidência em 2010, apesar de ela nunca ter disputado eleições e não ser um personagem excessivamente grato ao PT. Mas o que ninguém jamais imaginou é que ele seria capaz de eliminar democraticamente a oposição. Tanto a de direita como a de esquerda.

Como conseguiu? Com uma política que, pouco a pouco, foi escavando o chão sob os pés dos seus opositores.

Cortou as asas da direita mediante uma política macroeconômica neoliberal que está lhe proporcionando bons resultados nestes momentos de crise financeira mundial graças às reservas acumuladas.

Ao mesmo tempo, pôs rédea curta nas pretensões de alguns dos movimentos sociais mais radicais, como o dos Sem Terra (MST), cujas ações têm criticado tachando-as de ilegais e instando-os a respeitar a lei em vigor.

E manteve uma política de meio ambiente das mais conservadoras, algo que agrada aos latifundiários e aos grandes exportadores, que formam o núcleo mais direitista do Congresso.

Também freou as esquerdas. Conseguiu fazer calar a esquerda minoritária com uma política voltada para os estratos mais pobres do país, o que fez com que seis milhões de famílias passassem às fileiras da classe média baixa, abandonando seu estado de miséria atávica.

Abriu o crédito aos pobres, que agora, com pouco dinheiro, podem abrir uma conta no banco e ter um cartão de crédito - o que os converte em partícipes da roda da economia nacional.

Para a outra esquerda, a moderada, também tornou as coisas difíceis. Hoje em dia, para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a agremiação oposicionista com maiores possibilidades de ganhar as próximas eleições porque conta com dois grandes candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves), é mais difícil fazer oposição. Os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula. Por isso, só falam, como acaba de fazer Aécio Neves, de uma era "pós-Lula", com um projeto de nação que aporte algo novo ao projeto do presidente, que já goza do consenso da grande maioria do país.

Desde o primeiro dia de sua chegada ao poder, Lula tem mantido Henrique Meirelles, do PSDB, como presidente do Banco Central. Conservou e ampliou o projeto social "Bolsa Escola", criado pelo PSDB, batizando-o como "Bolsa Família". Esse plano ajuda hoje 12 milhões de famílias e nenhum partido da oposição se atreveria a criticá-lo. Desde seu primeiro mandato, Lula não só demonstra ter sabido congregar apoios de 12 partidos ao seu governo, como até o momento logrou manter amizade com os candidatos opositores Serra e Neves.
Ambos, além disso, desfrutam de boas relações com o PT, e inclusive não descartam governar junto ao partido de Lula se chegarem ao poder.

Mas não há realmente espaço para a oposição no Brasil? Porque, se assim fosse, haveria quem considerasse isso um grave obstáculo para uma autêntica democracia. Poderia haver, segundo vários analistas políticos, como Merval Pereira, mas o problema está no fato de que a oposição se assustou com a popularidade de Lula. Há até políticos opositores, sobre tudo dos governos locais, que buscam uma foto junto a Lula para ganhar pontos com seu eleitorado.

Se a oposição desejasse, dizem os especialistas, poderia exigir de Lula que levasse a cabo as grandes reformas de que este país ainda necessita para decolar na cena mundial, como a reforma política (é possível governar com 30 partidos no Congresso?); a fiscal (Brasil é um dos países com maior carga tributária: roça os 40%); a de Segurança Social (Lula só a realizou em parte e, apesar de um escândalo de subornos a deputados para que votassem a favor, ficou pequena); a agrária (não saiu do papel); a da educação (no Brasil ainda não é obrigatório o ensino secundário e a qualidade deste é considerada como das piores no mundo); e, por último, a penitenciária (os suicídios dos presos aumentaram no ano passado em cerca de 40%).

Artigo publicado no jornal El Pais
JUAN ARIAS é jornalista.
© El País.

Agradecimentos!

Agradeço, de coração, a comadre Ozita e a meus irmãos Ruth Helena e Walter Vaz Jr. pelo apoio, no Encontro Estadual. Walter fotografou e Ruth filmou. Sem eles não seria possível tudo o que está aqui no blog!
Bjs e valeu!