Faltam.....

Dilma cola em Serra na disputa eleitoral, diz pesquisa

Governador de SP tem 33,2% das intenções de voto e ministra salta seis pontos para 27,8%
Mariana Londres, do R7, em Brasília

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece colada no governador de São Paulo, José Serra, na disputa pela Presidência, com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) no páreo, segundo a pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira (1º). Serra passou de 31,8% em novembro para 33,2% em janeiro, enquanto Dilma saltou seis pontos, de 21,7% para 27,8% no mesmo período. A margem de erro da pesquisa é de dois a três pontos para mais ou para menos.
Também na pesquisa espontânea os dois aparecem empatados: Dilma com 9,5% das intenções de voto ante 9,3% de Serra.
Já no cenário sem Ciro Gomes, Serra segue liderando e oscilou de 40,5% para 40,7%. Dilma subiu cinco pontos, de 23,5% para 28,5%. E Marina Silva passou de 8,1% para 9,5% das intenções de voto.
No cenário da disputa com Ciro Gomes, o deputado federal aparece em terceiro, mas teve uma queda de 17,5% para 11,9%. Marina Silva, em quarto, oscilou de 5,9% para 6,8%. Ainda na pesquisa espontânea, Lula é o primeiro com 18,7% das intenções e o quarto é Aécio Neves com 2,1%.
Segundo turno
Serra venceria Dilma no segundo turno, segundo a pesquisa. O governador de São Paulo ficaria com 44% e a ministra da Casa Civil com 37,1%. No levantamento anterior, Serra tinha 46,8% e Dilma 28,2%.
De acordo com Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, o crescimento de Dilma mostra que ela passa a extrapolar a transferência de votos de Lula.
- Em fevereiro de 2008, no segundo turno entre Serra e Dilma, Serra ficaria com 57,9% dos votos e Dilma com 9,2%.
Na disputa entre Serra e Ciro, Serra teria 47,6% dos votos no segundo turno e Ciro 26,7%. Na pesquisa anterior, Serra teria 44,1% e Ciro 27,2%.
No terceiro cenário para o segundo turno, na disputa entre Dilma e Ciro, Dilma teria 43,3% dos votos e Ciro 31% dos votos. Na pesquisa anterior, Dilma teria 31,5% dos votos e Ciro 35,1%.
A pesquisa foi feita com 2.000 pessoas entre 25 e 29 de janeiro, em cinco regiões e 24 Estados. O registro é de 15.702/2010 de 26 de janeiro de 2010.
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E LULA engoliu a oposição...

A política brasileira produziu um fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua administração, que gozam de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, engoliram a oposição. E não o fizeram com métodos antidemocráticos, mas sim apropriando-se de suas bandeiras. Já se sabia que Lula é um gênio político, que soube vencer as reticências no núcleo do seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores. De fato, dispõe-se a eleger uma mulher, a ministra Dilma Rousseff, como sua sucessora na candidatura à Presidência em 2010, apesar de ela nunca ter disputado eleições e não ser um personagem excessivamente grato ao PT. Mas o que ninguém jamais imaginou é que ele seria capaz de eliminar democraticamente a oposição. Tanto a de direita como a de esquerda.

Como conseguiu? Com uma política que, pouco a pouco, foi escavando o chão sob os pés dos seus opositores.

Cortou as asas da direita mediante uma política macroeconômica neoliberal que está lhe proporcionando bons resultados nestes momentos de crise financeira mundial graças às reservas acumuladas.

Ao mesmo tempo, pôs rédea curta nas pretensões de alguns dos movimentos sociais mais radicais, como o dos Sem Terra (MST), cujas ações têm criticado tachando-as de ilegais e instando-os a respeitar a lei em vigor.

E manteve uma política de meio ambiente das mais conservadoras, algo que agrada aos latifundiários e aos grandes exportadores, que formam o núcleo mais direitista do Congresso.

Também freou as esquerdas. Conseguiu fazer calar a esquerda minoritária com uma política voltada para os estratos mais pobres do país, o que fez com que seis milhões de famílias passassem às fileiras da classe média baixa, abandonando seu estado de miséria atávica.

Abriu o crédito aos pobres, que agora, com pouco dinheiro, podem abrir uma conta no banco e ter um cartão de crédito - o que os converte em partícipes da roda da economia nacional.

Para a outra esquerda, a moderada, também tornou as coisas difíceis. Hoje em dia, para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a agremiação oposicionista com maiores possibilidades de ganhar as próximas eleições porque conta com dois grandes candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves), é mais difícil fazer oposição. Os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula. Por isso, só falam, como acaba de fazer Aécio Neves, de uma era "pós-Lula", com um projeto de nação que aporte algo novo ao projeto do presidente, que já goza do consenso da grande maioria do país.

Desde o primeiro dia de sua chegada ao poder, Lula tem mantido Henrique Meirelles, do PSDB, como presidente do Banco Central. Conservou e ampliou o projeto social "Bolsa Escola", criado pelo PSDB, batizando-o como "Bolsa Família". Esse plano ajuda hoje 12 milhões de famílias e nenhum partido da oposição se atreveria a criticá-lo. Desde seu primeiro mandato, Lula não só demonstra ter sabido congregar apoios de 12 partidos ao seu governo, como até o momento logrou manter amizade com os candidatos opositores Serra e Neves.
Ambos, além disso, desfrutam de boas relações com o PT, e inclusive não descartam governar junto ao partido de Lula se chegarem ao poder.

Mas não há realmente espaço para a oposição no Brasil? Porque, se assim fosse, haveria quem considerasse isso um grave obstáculo para uma autêntica democracia. Poderia haver, segundo vários analistas políticos, como Merval Pereira, mas o problema está no fato de que a oposição se assustou com a popularidade de Lula. Há até políticos opositores, sobre tudo dos governos locais, que buscam uma foto junto a Lula para ganhar pontos com seu eleitorado.

Se a oposição desejasse, dizem os especialistas, poderia exigir de Lula que levasse a cabo as grandes reformas de que este país ainda necessita para decolar na cena mundial, como a reforma política (é possível governar com 30 partidos no Congresso?); a fiscal (Brasil é um dos países com maior carga tributária: roça os 40%); a de Segurança Social (Lula só a realizou em parte e, apesar de um escândalo de subornos a deputados para que votassem a favor, ficou pequena); a agrária (não saiu do papel); a da educação (no Brasil ainda não é obrigatório o ensino secundário e a qualidade deste é considerada como das piores no mundo); e, por último, a penitenciária (os suicídios dos presos aumentaram no ano passado em cerca de 40%).

Artigo publicado no jornal El Pais
JUAN ARIAS é jornalista.
© El País.

Agradecimentos!

Agradeço, de coração, a comadre Ozita e a meus irmãos Ruth Helena e Walter Vaz Jr. pelo apoio, no Encontro Estadual. Walter fotografou e Ruth filmou. Sem eles não seria possível tudo o que está aqui no blog!
Bjs e valeu!