A reação petista incluiu ainda a divulgação de um manifesto e uma série de pronunciamentos ontem à noite, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, durante o primeiro ato da campanha de segundo turno no estado.
Em discurso, Dilma respondeu às falsas acusações de que é favorável ao aborto responsabilizando o Governo Fernando Henrique por submeter as mulheres a más condições sociais e, desse forma, contribuir para que elas recorressem à prática do aborto.
“Eles ficam falando que eu sou a favor do aborto. Eu, como pessoa, sou contra o aborto, porque o aborto é uma violência contra a mulher. Agora, eu, como presidente da República, não fecharei meus olhos para as milhares ou milhões de mulheres e adolescentes brasileiras que cometem atos extremos que colocam a vida em risco”.
A candidata afirmou que o projeto político do PT colocou a família brasileira na ordem do dia.
“Esse projeto que eu represento é o verdadeiro projeto a favor da vida. Esse projeto colocou na ordem do dia o resgate da família brasileira. Quando eles elevaram a desigualdade a níveis absurdos, a consequência disso foi uma só: o esfacelamento da família, a quantidade de adolescentes grávidas aos 14 anos, a quantidade de meninos e meninas que vivem nas ruas e a quantidade dos meninos de sete anos que fumam crack porque não têm família e não aguentam a infelicidade do dia-a-dia”.
Estreante no palanque de Dilma, o deputado federal Ciro Gomes (PSB), que passou a integrar o comando da campanha nesta semana, dirigiu um duro ataque à campanha dos adversários. Na opinião de Ciro, a “tradição conservadora” está fazendo, “por debaixo da mesa, uma das campanhas mais imundas, mais sujas e mais desonestas” que ele testemunhou no país.
Ciro admitiu contradições na composição da aliança petista, mas assinalou:
“Se há contradição aqui, nenhuma delas é pior do que a imundície que cimenta a tradição do PSDB e do DEM”.