Faltam.....

Com 46%, Dilma lidera e venceria no 1º turno, diz pesquisa Sensus

  
Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília
A candidata do PT, Dilma Rousseff, acumula 46% das intenções de voto e venceria a eleição para presidente da República no primeiro turno, segundo dados de pesquisa Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (24).
OS RESULTADOS DA PESQUISA CNT-SENSUS
Dilma Rousseff (PT) 46%
José Serra (PSDB) 28,1%
Marina Silva (PV) 8,1%
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) 0,4%
Zé Maria (PSTU) 0,4%
Eymael (PSDC) 0,3%
Rui Costa Pimenta (PCO) 0,2%
Ivan Pinheiro (PCB) 0%
Levy Fidelix (PRTB) 0%
Indecisos 11,7%
Branco ou nulo 5,1%
Fonte: CNT-Sensus
José Serra (PSDB) aparece com 28,1% e Marina Silva (PV), com 8,1%. De acordo com a pesquisa, Dilma venceria no primeiro turno porque, se a eleição fosse hoje, teria mais do que a soma dos votos de todos os demais candidatos.
Na pesquisa anterior, de 5 de agosto, Dilma tinha 41,6%, Serra registrava 31,6% e Marina 8,5%.
O instituto entrevistou 2 mil eleitores em 136 municípios de 24 estados dos dias 20 a 22 . A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Zé Maria (PSTU) registraram 0,4% na pesquisa. Eymael (PSDC) teve 0,3%, Rui Costa Pimenta (PCB) teve 0,2% e Levy Fidelix (PRTB) e Ivan Pinheiro (PCB) não pontuaram.
A parcela de eleitores que disse votar em branco ou nulo ficou em 5,1%, e os que não souberam ou não responderam foram 11,7%.
Pesquisa espontânea
Na parte da pesquisa em que os entrevistados respondem espontaneamente em que votariam (sem que seja apresentado a eles o cartão com os nomes dos candidatos), Dilma tem 37,2%, Serra, 21,2%, e Marina, 6%, segundo o Sensus. O candidato Zé Maria aparece 0,6%, Plíniio, com 0,2%. Eymael, Ivan Pinheiro e Rui Costa Pimenta tiveram 0,1%. Levy Fidelix não pontuou.

Segundo turno
No cenário de uma eventual disputa em segundo turno entre Dilma e Serra, a vantagem também é da petista. Ela teria 52,9% contra 34% do tucano. Na pesquisa anterior, Dilma vencia por 48,3% a 36,6%.
Rejeição
A pesquisa mostra também o índice de rejeição dos candidatos. No levantamento, 47,9% disseram que não votariam em Marina Silva (PV) de jeito nenhum. Para José Serra (PSDB), esse percentual é de 40,7%. Dilma Rousseff apareceu com 28,9%.
Expectativa de vitória
Para 61,8% dos entrevistados, independentemente do candidato em quem vão votar, Dilma vai ganhar a eleição. Para 21,9%, o vencedor será José Serra.
Horário eleitoral
A pesquisa mostra que 13,2% dos entrevistados assistiram a todos os programas do horário eleitoral gratuito. Foram 29,7% os que disseram ter visto em parte e 22,8% disseram ter ouvido falar ou conversado sobre o assunto.
O levantamento diz que 56% dos entrevistados avaliaram o programa de Dilma como o melhor do horário eleitoral. Para 34,3%, Serra apresentou o melhor programa e 7,5% gostaram mais do programa de Marina.
Por regiões
No levantamento por regiões, Serra só vence Dilma no Sul, segundo o Sensus. Nessa região, o tucano tem 47,8% contra 35,7% da petista. Marina aparece com 6,9%.
A maior vantagem da petista é na região Nordeste. Ela tem 62,1% contra 19,8% de Serra; Marina fica com 6,4%.
Na região Sudeste, a petista está na frente com 39,2% contra 27,6% do tucano e 9,7% da candidata do PV. Nas regiões Norte e Centro Oeste somadas, Dilma soma 45% contra 25,5% de Serra e 7,6% de Marina.
Homens e mulheres
Na intenção de voto por gênero, Dilma tem 49,4% entre os homens, Serra tem 28,7% e Marina, 7,6%. Entre as mulheres, a petista aparece com 42,9%, o tucano, com 27,4% e Marina, com 8,4%.
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E LULA engoliu a oposição...

A política brasileira produziu um fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua administração, que gozam de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, engoliram a oposição. E não o fizeram com métodos antidemocráticos, mas sim apropriando-se de suas bandeiras. Já se sabia que Lula é um gênio político, que soube vencer as reticências no núcleo do seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores. De fato, dispõe-se a eleger uma mulher, a ministra Dilma Rousseff, como sua sucessora na candidatura à Presidência em 2010, apesar de ela nunca ter disputado eleições e não ser um personagem excessivamente grato ao PT. Mas o que ninguém jamais imaginou é que ele seria capaz de eliminar democraticamente a oposição. Tanto a de direita como a de esquerda.

Como conseguiu? Com uma política que, pouco a pouco, foi escavando o chão sob os pés dos seus opositores.

Cortou as asas da direita mediante uma política macroeconômica neoliberal que está lhe proporcionando bons resultados nestes momentos de crise financeira mundial graças às reservas acumuladas.

Ao mesmo tempo, pôs rédea curta nas pretensões de alguns dos movimentos sociais mais radicais, como o dos Sem Terra (MST), cujas ações têm criticado tachando-as de ilegais e instando-os a respeitar a lei em vigor.

E manteve uma política de meio ambiente das mais conservadoras, algo que agrada aos latifundiários e aos grandes exportadores, que formam o núcleo mais direitista do Congresso.

Também freou as esquerdas. Conseguiu fazer calar a esquerda minoritária com uma política voltada para os estratos mais pobres do país, o que fez com que seis milhões de famílias passassem às fileiras da classe média baixa, abandonando seu estado de miséria atávica.

Abriu o crédito aos pobres, que agora, com pouco dinheiro, podem abrir uma conta no banco e ter um cartão de crédito - o que os converte em partícipes da roda da economia nacional.

Para a outra esquerda, a moderada, também tornou as coisas difíceis. Hoje em dia, para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a agremiação oposicionista com maiores possibilidades de ganhar as próximas eleições porque conta com dois grandes candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves), é mais difícil fazer oposição. Os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula. Por isso, só falam, como acaba de fazer Aécio Neves, de uma era "pós-Lula", com um projeto de nação que aporte algo novo ao projeto do presidente, que já goza do consenso da grande maioria do país.

Desde o primeiro dia de sua chegada ao poder, Lula tem mantido Henrique Meirelles, do PSDB, como presidente do Banco Central. Conservou e ampliou o projeto social "Bolsa Escola", criado pelo PSDB, batizando-o como "Bolsa Família". Esse plano ajuda hoje 12 milhões de famílias e nenhum partido da oposição se atreveria a criticá-lo. Desde seu primeiro mandato, Lula não só demonstra ter sabido congregar apoios de 12 partidos ao seu governo, como até o momento logrou manter amizade com os candidatos opositores Serra e Neves.
Ambos, além disso, desfrutam de boas relações com o PT, e inclusive não descartam governar junto ao partido de Lula se chegarem ao poder.

Mas não há realmente espaço para a oposição no Brasil? Porque, se assim fosse, haveria quem considerasse isso um grave obstáculo para uma autêntica democracia. Poderia haver, segundo vários analistas políticos, como Merval Pereira, mas o problema está no fato de que a oposição se assustou com a popularidade de Lula. Há até políticos opositores, sobre tudo dos governos locais, que buscam uma foto junto a Lula para ganhar pontos com seu eleitorado.

Se a oposição desejasse, dizem os especialistas, poderia exigir de Lula que levasse a cabo as grandes reformas de que este país ainda necessita para decolar na cena mundial, como a reforma política (é possível governar com 30 partidos no Congresso?); a fiscal (Brasil é um dos países com maior carga tributária: roça os 40%); a de Segurança Social (Lula só a realizou em parte e, apesar de um escândalo de subornos a deputados para que votassem a favor, ficou pequena); a agrária (não saiu do papel); a da educação (no Brasil ainda não é obrigatório o ensino secundário e a qualidade deste é considerada como das piores no mundo); e, por último, a penitenciária (os suicídios dos presos aumentaram no ano passado em cerca de 40%).

Artigo publicado no jornal El Pais
JUAN ARIAS é jornalista.
© El País.

Agradecimentos!

Agradeço, de coração, a comadre Ozita e a meus irmãos Ruth Helena e Walter Vaz Jr. pelo apoio, no Encontro Estadual. Walter fotografou e Ruth filmou. Sem eles não seria possível tudo o que está aqui no blog!
Bjs e valeu!