Faltam.....

Ibope e ex-policiais dão más notícias a Serra

Brasilia Confidencial
07/06/2010
O noticiário veiculado neste fim de semana por veículos dos diferentes segmentos da mídia acrescentou pelo menos duas más notícias à campanha do pré-candidato do PSDB e do DEM à Presidência, José Serra. A primeira resultou da pesquisa Ibope encomendada pelos jornais O Globo e Estado de São Paulo. Os resultados indicam, em síntese, que a candidatura da petista Dilma Rousseff continuou em crescimento, de abril para maio, enquanto a candidatura de Serra continuou em declínio. A outra má notícia para a campanha de oposição ao Governo Lula foi a confirmação de que é um factóide – e do tipo gravemente irresponsável,  na melhor hipótese – a denúncia tucana de que o PT ou o comando da campanha de Dilma encomendou ou produziu um dossiê contra Serra.
A pesquisa Ibope apontou, de abril para maio, crescimento de 5 pontos percentuais de Dilma e queda de 3 pontos de Serra. Segundo o Ibope, cada um dos dois candidatos obteve 37% das intenções de voto, Marina Silva (PV) permaneceu na faixa de 9% e Dilma e Serra estão empatados também na simulação para um eventual segundo turno.
Ao investigar as expectativas do eleitorado sobre o resultado da disputa, independentemente da preferência de cada entrevistado, o Ibope registrou uma inversão de posições entre Dilma e Serra. O tucano perdeu o favoritismo. Em abril, 43% achavam que Serra seria eleito, enquanto 34% consideravam Dilma a provável vencedora. Agora, uma virada: 40% consideram Dilma favorita e 35% acreditam que Serra vai ganhar.
Além do dramático conjunto de dados resultantes da pesquisa Ibope, Serra terá que enfrentar nos próximos dias uma interpelação que o PT pedirá hoje à Justiça em São Paulo. A interpelação tem o objetivo de fazer que o candidato do PSDB e do DEM confirme a acusação que fez quarta-feira à pré-candidata Dilma Rousseff ao apontá-la como responsável pelo que chamou de “novo dossiê”, supostamente produzido contra ele e sua filha Verônica. Caso Serra confirme a acusação, será processado pelo PT, por danos morais a Dilma.
A inexistência de qualquer dossiê contra o pré-candidato tucano foi reafirmada nos últimos dias, não apenas pelo PT e pelo comando da campanha de Dilma, como também por um ex-delegado (Onésimo de Sousa) e um ex-sargento (Idalberto Matias de Araújo) que, em declarações desencontradas e conflitantes à revista Veja e ao jornal O Estado de S. Paulo, se disseram contactados para suposta negociação para a contratação de serviços. As versões deles contêm, essencialmente, apenas uma informação comum: ninguém os contratou para coisa alguma.
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E LULA engoliu a oposição...

A política brasileira produziu um fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua administração, que gozam de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, engoliram a oposição. E não o fizeram com métodos antidemocráticos, mas sim apropriando-se de suas bandeiras. Já se sabia que Lula é um gênio político, que soube vencer as reticências no núcleo do seu próprio partido, o Partido dos Trabalhadores. De fato, dispõe-se a eleger uma mulher, a ministra Dilma Rousseff, como sua sucessora na candidatura à Presidência em 2010, apesar de ela nunca ter disputado eleições e não ser um personagem excessivamente grato ao PT. Mas o que ninguém jamais imaginou é que ele seria capaz de eliminar democraticamente a oposição. Tanto a de direita como a de esquerda.

Como conseguiu? Com uma política que, pouco a pouco, foi escavando o chão sob os pés dos seus opositores.

Cortou as asas da direita mediante uma política macroeconômica neoliberal que está lhe proporcionando bons resultados nestes momentos de crise financeira mundial graças às reservas acumuladas.

Ao mesmo tempo, pôs rédea curta nas pretensões de alguns dos movimentos sociais mais radicais, como o dos Sem Terra (MST), cujas ações têm criticado tachando-as de ilegais e instando-os a respeitar a lei em vigor.

E manteve uma política de meio ambiente das mais conservadoras, algo que agrada aos latifundiários e aos grandes exportadores, que formam o núcleo mais direitista do Congresso.

Também freou as esquerdas. Conseguiu fazer calar a esquerda minoritária com uma política voltada para os estratos mais pobres do país, o que fez com que seis milhões de famílias passassem às fileiras da classe média baixa, abandonando seu estado de miséria atávica.

Abriu o crédito aos pobres, que agora, com pouco dinheiro, podem abrir uma conta no banco e ter um cartão de crédito - o que os converte em partícipes da roda da economia nacional.

Para a outra esquerda, a moderada, também tornou as coisas difíceis. Hoje em dia, para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a agremiação oposicionista com maiores possibilidades de ganhar as próximas eleições porque conta com dois grandes candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves), é mais difícil fazer oposição. Os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula. Por isso, só falam, como acaba de fazer Aécio Neves, de uma era "pós-Lula", com um projeto de nação que aporte algo novo ao projeto do presidente, que já goza do consenso da grande maioria do país.

Desde o primeiro dia de sua chegada ao poder, Lula tem mantido Henrique Meirelles, do PSDB, como presidente do Banco Central. Conservou e ampliou o projeto social "Bolsa Escola", criado pelo PSDB, batizando-o como "Bolsa Família". Esse plano ajuda hoje 12 milhões de famílias e nenhum partido da oposição se atreveria a criticá-lo. Desde seu primeiro mandato, Lula não só demonstra ter sabido congregar apoios de 12 partidos ao seu governo, como até o momento logrou manter amizade com os candidatos opositores Serra e Neves.
Ambos, além disso, desfrutam de boas relações com o PT, e inclusive não descartam governar junto ao partido de Lula se chegarem ao poder.

Mas não há realmente espaço para a oposição no Brasil? Porque, se assim fosse, haveria quem considerasse isso um grave obstáculo para uma autêntica democracia. Poderia haver, segundo vários analistas políticos, como Merval Pereira, mas o problema está no fato de que a oposição se assustou com a popularidade de Lula. Há até políticos opositores, sobre tudo dos governos locais, que buscam uma foto junto a Lula para ganhar pontos com seu eleitorado.

Se a oposição desejasse, dizem os especialistas, poderia exigir de Lula que levasse a cabo as grandes reformas de que este país ainda necessita para decolar na cena mundial, como a reforma política (é possível governar com 30 partidos no Congresso?); a fiscal (Brasil é um dos países com maior carga tributária: roça os 40%); a de Segurança Social (Lula só a realizou em parte e, apesar de um escândalo de subornos a deputados para que votassem a favor, ficou pequena); a agrária (não saiu do papel); a da educação (no Brasil ainda não é obrigatório o ensino secundário e a qualidade deste é considerada como das piores no mundo); e, por último, a penitenciária (os suicídios dos presos aumentaram no ano passado em cerca de 40%).

Artigo publicado no jornal El Pais
JUAN ARIAS é jornalista.
© El País.

Agradecimentos!

Agradeço, de coração, a comadre Ozita e a meus irmãos Ruth Helena e Walter Vaz Jr. pelo apoio, no Encontro Estadual. Walter fotografou e Ruth filmou. Sem eles não seria possível tudo o que está aqui no blog!
Bjs e valeu!